

Cofundador e Associado da Sempre FEA, Alessandro Anastasi (ingressante em Economia em 1995) construiu na FEAUSP um círculo de amizades que até hoje funciona como uma grande família. Nesta entrevista, ele fala da sua experiência na FEA, trajetória profissional na área de crédito e vontade de retribuir à sociedade.
Como foi a decisão de cursar Economia?
Comecei a trabalhar muito cedo, aos 16 anos, como office boy na Fundação do Desenvolvimento Administrativo, onde também funcionava o Instituto de Economia do Setor Público (IESP). Havia grandes economistas na equipe que produziam papers e meu trabalho era imprimir, encadernar e entregar pessoalmente os artigos para representantes do governo e outras figuras importantes. Eu sempre gostei de ler e conversava muito com esses economistas.
Eu estava fazendo colégio técnico em Contabilidade e queria algo que me desse a possibilidade de trabalhar intelectualmente. Um dos pesquisadores do IESP me convenceu a cursar Economia. No primeiro ano, não passei na Fuvest. Tentei fazer cursinho, precisei parar por questões financeiras, mas consegui entrar na FEA.

Qual foi sua experiência como aluno da FEA?
Assim que entrei, conheci vários alunos que vieram de um colégio federal na Zona Norte. Eu também morava na Zona Norte, em Lausane Paulista, e entrei para essa turma, que desde então é muito unida. Naquele primeiro ano, em 1995, foi mais farra do que estudo e eu quebrei financeiramente — o que é uma experiência e tanto para quem hoje trabalha como diretor de crédito. No ano seguinte, fiquei em casa estudando e minhas notas subiram.

Foi um período muito rico, tive um excelente aprendizado e fiz amigos para a vida inteira. Os padrinhos dos meus dois filhos estudaram comigo. Apesar de eu ser tímido, minha casa está sempre cheia de amigos da FEA.
Ainda em 1995, começamos uma tradição de nos encontrarmos todo final de ano e fizemos uma comemoração especial na 25ª edição do encontro, incluindo nossos filhos. Preciso dizer que todos eles são minha família hoje!

Quais foram os marcos da sua carreira profissional?
Antes de me formar, eu já era concursado da Fundação do Desenvolvimento Administrativo, mas pela influência dos economistas com quem eu trabalhava lá, decidi migrar para o mercado financeiro.
Fiz um estágio no Banco Cidade, na área de crédito, e estou nessa carreira desde então. Me tornei analista de crédito do BankBoston em 1998, depois fui para o Safra em 2000 para fazer análise de crédito de grandes empresas.
Em 2007, vim para o Itaú BBA, onde estou há 17 anos. Cheguei como analista sênior, passei a gerente de crédito e participei do projeto que criou o segmento de middle marketing no banco. Nesse segmento, fui superintendente de concessão de crédito e depois superintendente de políticas de crédito. Desde 2017 estou na diretoria de crédito.
Você é cofundador e Associado da Sempre FEA. O que motiva este envolvimento tão grande?
Eu teria muita dificuldade de fazer faculdade se não fosse pública e sou muito grato. A universidade pública impulsionou não só meu aprendizado e meus relacionamentos profissionais, como também minha vida pessoal.
Sou doador desde que surgiu a ideia do primeiro endowment. Ali fiquei mais próximo de Eduardo Vassimon (ingressante em Economia em 1977), Andrea Andrezo (ingressante em Contabilidade em 1994) e Bruno Amaral (ingressante em Economia em 1999) e juntos decidimos criar a Sempre FEA como uma alternativa que desse protagonismo aos doadores, com governança robusta.
Fui Vice-Presidente do Conselho de Administração por dois mandatos e agora sou Conselheiro Consultivo. A Sempre FEA para mim é uma iniciativa muito cara, fico muito feliz em retribuir e ver o alcance na comunidade FEAna por meio da escolha dos projetos. São boas causas que vão manter a qualidade da faculdade e apoiar pessoas em situação similar à minha quando ingressei na FEA.
O espírito do endowment é perpétuo. Desejo que a gente consiga atrair mais doadores e voluntários e seja fonte importante de apoio para a comunidade FEAna e para a sociedade como um todo.
